sábado, 17 de julho de 2010

Entre o amor e o ódio

Pode até ser que entre o amor e o ódio



Exista só um ínfimo espaço


Neutro, amorfo, indiferente,


Sem ternura nem mágoa


Sem gritos nem silêncios


Sem passado, sem futuro


Nem sequer presente.






Equilibro-me nesse ponto


Sem alegria nem dor


Sem lágrimas nem risos


Sem vida nem morte


Sem fatalidade nem sorte.






Sobrevivo


Entre a mentira e a verdade


Do que foi e do que poderia


Ter sido,


Não fosse a mente do homem


Um jogo complexo


Como um vulgar puzzle


Que não encaixa,


Portanto,


Sem nexo.






Entre o amor e o ódio


Nada morreu nem nasceu
Entre o amor e o ódio
Descobri esse ponto


MariaSousa
(Lisboa)